quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Lágrimas mortas

A simples visão dele me incomodou. Incomodou mais do que eu queria.
Tive de fugir. De correr. Correr ao contrário do que queria.
Quando estava a caminho de casa senti o que com tamanha força tive de reprimir. Senti o fogo em meus olhos. Um fogo que de tão forte gerava lágrimas. Lágrimas que não chegavam a sair, pois já nasciam mortas. Assim tinha de ser, mas não por minha vontade.
Ao chegar, fiquei horas e horas inerte a pensar. Pensava e desejava que fosse tudo diferente.
É engraçado como é impossível o ser humano se conhecer. Ele promete e jura para depois se descobrir completamente incapaz de honrar o que jurou.
Ao pensar em sonhos e amores que experimentamos, de muitos nada sentimos, mas de outros nos recordamos de uma maneira completamente diferente.
Eu queria escrever. É só isso que eu queria fazer.
Escrever e amar.
Mas amo tanto que não escrevo.
Em amar me perco e por isso necessito beber.

A bebida não me deixa escrever e por isso minha vida tem se tornado inútil.


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