Ando a procura de espaço
para o desenho da vida!
Em números me embaraço
e perco sempre a medida
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projeto-me num abraço
e gero uma despedida.
Meu coração, coisa de aço,
Começa achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida!
Já por exausta e descrida
Não me animo a um breve traço:
- Saudosa do que não faço
- Do que faço arrependida.
Cecília Meireles
Como é belo esse poema!
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